O cancro cutâneo é um dos cancros mais comuns diagnosticados mundialmente. Existem três tipos de cancro principais: o carcinoma basocelular, o espinocelular e o melanoma.
Os dois primeiros têm maior taxa de incidência mas representam uma menor mortalidade em relação ao melanoma.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência do melanoma e do cancro cutâneo não melanoma tem aumentado nas últimas décadas. Atualmente ocorrem anualmente, e mundialmente, entre 2 a 3 milhões de casos de cancro cutâneo não melanoma, e 132,000 casos de melanoma.
A camada do ozono tem vindo a deteriorar-se, o que permite a passagem da radiação ultravioleta em maior quantidade (A, B e C - embora a C não chegue a atingir a superfície da terra), o que pode representar, segundo a OMS, uma maior incidência do cancro cutâneo. Contudo, ainda são os efeitos cumulativos da exposição à radiação ultravioleta, e os maus hábitos individuais, que ditam a predisposição a esta doença.
O cancro cutâneo pode afetar qualquer pessoa, em qualquer fase da sua vida.
Pessoas com pele clara e olhos claros, mas também pessoas com história familiar de cancro cutâneo, história de escaldões, muitos sinais ou que tenham tido ao longo da sua vida uma exposição solar prolongada e desprotegida (por trabalho ou desporto), podem apresentar maior risco de cancro cutâneo. Outros fatores de risco, e que estão relacionados com os hábitos de vida são utilização de solários e o não uso de proteção solar.
Se porventura se encontra num grupo de risco deverá, já hoje, alterar os seus hábitos! Se considera que não se encontra vulnerável deverá, já hoje também, adquirir bons hábitos e modificar comportamentos de risco.
Mais do que conhecer os tipos de sinais, a simetria, bordos, cor, dimensão e evolução, deverá:
- dizer não à exposição solar desprotegida, em qualquer lugar e em qualquer altura;
- procurar a sombra;
- em relação ao vestuário dê preferência têxteis de malha apertada e cor escura, use sempre óculos de sol e não se esqueça do chapéu;
- evitar a exposição solar nas horas de maior índice de radiação ultravioleta. Para tal pode aceder ao IPMA para consultar o índice de radiação ultravioleta por local. Esta consulta não deverá ditar a manutenção ou não dos bons hábitos, que devem ser os mesmos sempre e para sempre;
- utilização de proteção solar:
. por uma questão de segurança da saúde e eficácia do fotoprotetor, não devemos considerar apenas o tempo de exposição solar, mas também a quantidade correta a ser aplicada (2 mg por cm2 de pele) - em média, uma bola de golfe para o corpo de um adulto.
. reaplicar de 2 em 2 horas é importante porque o protetor perde a sua capacidade ao longo do tempo de exposição, e o contacto com a água, suor ou fricção também reduz a sua capacidade de proteção.
Imagem: Em: https://panoramafarmaceutico.com.br/protetor-solar-saiba-qual-e-quantidade-ideal-para-curtir-o-verao/
- consultar o dermatologista, anualmente, ou com a frequência recomendada;
- realizar o auto-exame da pele!!
Realizar o auto-exame da pele é crucial. O auto-exame da pele é a esfera da responsabilidade individual; claro que em pessoas menores, com dificuldade motora, sensorial ou intelectual, deverão os seus tutores realizar este exame e promovê-lo, mas dentro do seio familiar também se deve manter esta atenção.
Como fazer auto-exame da pele? Com o auxílio de um espelho, se possível usando a câmara fotográfica do telefone móvel e pedindo ajuda a alguém para que observe e fotografe a região posterior do corpo, nuca, orelhas e planta dos pés, procurando por novos sinais, por sinais que tenham sofrido alguma alteração ou por alterações da coloração da pele.
Para realizar o auto-exame, tendo o auxílio do espelho, comece por:
- observar o seu rosto, incluindo o nariz, lábios, boca (interior) e orelhas (à frente e atrás);
- examinar o seu couro cabeludo; se necessário use um pente para separar as madeixas de cabelo e na região posterior da nuca peça ajuda a alguém ou use dois espelhos;
- observar o pescoço, decote, peito e tronco, inclusivamente na região entre as mamas e em baixo das mesmas, bem como na região da aréola mamária (homens e mulheres);
- usar dois espelhos, ou pedir ajuda, para observar a região posterior do pescoço, orelhas e costas;
- observar os membros superiores, não esquecendo as mãos (palma da mão, espaço entre os dedos e unhas) os cotovelos e as axilas, bem como a região das omoplatas;
- observar as nádegas, os genitais e as pernas (à frente e atrás);
- observar os pés, a planta dos pés e o espaço entre os dedos, os próprios dedos e as unhas.
Relembramos que todas as pessoas, independentemente da sua coloração, mais ou menos pigmentada, DEVEM usar proteção solar diária, DEVEM fazer auto-exame da pele e DEVEM consultar o dermatologista com regularidade!
Este artigo foi elaborado em conjunto com a Dra. Diana Miguel, dermatologista. O nosso objetivo é responsabilizar cada pessoa pelo seu estado de saúde, sendo um agente ativo na deteção precoce de sinais suspeitos.
A pele agradece!
Obrigada por nos ler!
Joana Preto & Diana Miguel
Fontes:
. https://www.who.int/
. https://gco.iarc.fr/
. https://www.apcancrocutaneo.pt/
Comments