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🌿 Greenwashing Vs Responsabilidade Ética - na saúde e cosmética

  • Foto do escritor: Joana Preto
    Joana Preto
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

O greenwashing tornou-se uma das faces mais silenciosas — e perigosas — da comunicação em saúde, e na cosmética então ultrapassou muitos limites. Com base nesta comunicação, surgiram muitas marcas e empresas, assim como cada pessoa na sua esfera individual também começou a criar "uma lógica própria de se cuidar de forma natural". Mas o que é o natural?


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Quando marcas ou profissionais comunicam “natural”, “limpo” ou “verde” sem base científica ou transparência real, o resultado é um consumo distorcido: pessoas a pagar mais por conceitos vazios e a confiar em promessas que não sustentam o que afirmam. De facto, de acordo com dados da Kantar (2023), as pessoas estão dispostas a pagar mais 5% pelo preço de um produto se este se mostrar mais sustentável e ético.

Entretanto já temos mais conceitos que parecem estar relacionados - natural, sustentável e ético, mas não há obrigatoriamente uma relação. Contudo, esta "positividade" põe tudo no mesmo saco...


Os cuidados dermatológicos e a beleza têm algo que os vincula. Algo que tem de ser protegido por ser tão precioso - A SAÚDE.


Podemos contribuir para melhor saúde de forma natural? Será difícil, para não dizer impossível. Somos um pouco mais de oito mil milhões de pessoas a habitar o planeta terra, o que reflete o aumento da esperança de vida e avanços tecnológicos. Os nossos recursos naturais já se esgotaram, e nós continuamos a acreditar que vamos ter mais saúde apenas de recursos naturais. Quem comunica isto, das duas uma, ou está alheio, ou não se importa com o futuro das gerações vindouras..


Relativamente ao mercado da cosmética e beleza, as formulações são um equilíbrio entre eficácia, segurança e sustentabilidade possível — não pode ser tudo natural, nem deve. E ainda bem. Sabemos que as monoculturas não são sustentáveis, mas quase que se criam metros e metros quadrados de plantações das mesmas plantas para extrair um único ingrediente. 

Quando se simplifica esta narrativa, apaga-se o valor do conhecimento científico, o trabalho de quem investiga ingredientes e formulações, novos medicamentos e tecnologia. Cria-se desinformação que prejudica tanto consumidores como profissionais.


Igualmente negativo é ver quem denuncia o greenwashing a assumir as narrativas “verdes” de algumas empresas para conseguir financiar eventos e campanhas. É aqui que a ética se testa.


Acredito que é possível comunicar com rigor e consciência. Aliás é um dever. Não somos perfeitos, nunca seremos. Talvez precisamos de aceitar isso e comunicar com autenticidade.


Portanto, ou contribuímos para um mercado mais transparente e informado, ou apenas decidimos acreditar num planeta mais verde sem verdadeiramente contribuir para isso.


© 2025 Joana Preto // A Pele Comunica ®



 
 
 

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