top of page
Buscar
Foto do escritorJoana Preto

QUEIMADURAS SOLARES | o que fazer se ficar com um ESCALDÃO?

A queimadura solar define-se como uma inflamação aguda da pele, transitória, causada pela exposição à radiação ultravioleta, excessiva e/ou desprotegida.


A origem das queimaduras por radiação ultravioleta pode ser natural – sol – mas também pode ser artificial – lâmpadas de bronzeamento.


A gravidade da queimadura solar relaciona-se com o tempo da exposição e da quantidade da radiação recebida, para a qual interfere a altitude, latitude, estação do ano, hora do dia, estado da camada do ozono e reflexão da radiação em superfícies claras, como a neve e a areia.


Por outro lado, no que respeita à pele, o seu estado de hidratação importa, bem como aspetos que interfiram na sua sensibilização, tais como tratamentos farmacológicos, procedimentos estéticos, doenças de pele ou sistémicas.


A idade, estado nutricional e de hidratação, local da queimadura e a existência de algum tipo de doença também pode interferir na gravidade da queimadura e no seu prognóstico.


A queimadura solar equivale-se a uma queimadura de primeiro grau, confinada à camada mais superficial da pele, a epiderme, e sem perda de integridade. A lesão descreve-se como um eritema doloroso. Se a queimadura for extensa poderão coexistir outros sintomas, tal como irei descrever adiante.


Antes da época balnear, e durante a mesma, é dever de todos os profissionais de saúde atuar ao nível da prevenção primária. Mas, enquanto enfermeira, sei bem que a prevenção primária não evita as reações adversas de determinados padrões de comportamento, e os acidentes acontecem. Por isso é também necessário atuar a nível da prevenção secundária, ou seja, evitar as consequências dos problemas existentes, através da educação, minimizando o impacto na vida e no bem-estar da pessoa. Por esse motivo partilho este conteúdo sobre as queimaduras solares.


Como se desenvolve a queimadura e o que esperar?


O eritema da pele é a primeira reação cutânea à radiação, cujo aparecimento depende, em tempo, do fototipo e da capacidade da pele se proteger. Assim, esse tempo á variável.


O eritema caracteriza-se pela vermelhidão da pele, e esta coloração deve-se à vasodilatação, cujo objetivo é fornecer um aporte de sangue à zona sujeita a agressão, entregando assim um exército para combater o dano. O eritema é, portanto, fisiológico, reversível e transitório. Contudo o seu desaparecimento não se traduz em horas, ou até dias, podendo durar no tempo e de forma suficientemente extensa para causa desconforto.


Além da coloração avermelhada da pele (que é um sinal), a sensação de calor, prurido e ardor podem aparecer como sintomas tardios. É frequente perceber que se tem uma queimadura solar, um escaldão, no dia seguinte ao acordar, ou mesmo durante o sono, quando a sensação dos lençóis na pele é desconfortável.


Em algumas situações de queimaduras solares os sintomas podem ser mais acentuados, e dar origem a flictenas, vulgarmente conhecidas como bolhas de água. Nesta situação poder-se-á tratar de uma queimadura de segundo grau, com afeção da epiderme e da derme. Não deve perfurar as bolhas; deve pedir ajuda especializada numa instituição de saúde com enfermeiro e médico. Nas queimaduras de segundo grau, após a reepitelização, podem surgir alterações da pigmentação, hipo ou hiper.


Em alguns casos a sensação de mal-estar geral, estados de pirexia (febre), náuseas ou alterações do estado de consciência devem ser imediatamente avaliadas pelo enfermeiro e médico na instituição de saúde mais próxima, e com carácter urgente.


Como referi anteriormente, o eritema é transitório, pelo que ao final de 4 ou 5 dias a pele perde a coloração avermelhada e dá-se início à descamação.


O que fazer?


1. Uma queimadura solar pode não ser perceptível no seu imediato mas, logo que se tenha consciência, é imperioso suspender a exposição à radiação, seja nas idas à praia, piscina ou em atividades que a tenham desencadeado, como modalidades desportivas e de lazer ao ar livre, e até solários, se for o caso.


2. Se eritema for ligeiro poderá:

- aplicar uma toalha ou compressas frias, mas GELO NÃO:

- aplicar cremes emolientes (a hidratação da pele é crucial pois a perda de água transepidérmica aumenta).


3. Não aplicar produtos de base alcoólica ou outros que ofereçam sensação refrescante, pois podem agravar a inflamação.


4. Em casos graves, isto é, sempre que haja aparecimento de bolhas, sensação de mal-estar geral, febre, vómitos ou alterações do estado de consciência, o tratamento é clínico, pelo que deve procurar ajuda especializada.


5. Tomar banho com água tépida, usando um creme ou óleo lavantes;


6. Secar a pele sem friccionar nem esfregar, mas sim com leves toques ou, se possível, secar ao ar, aproveitando o momento para usar um emoliente mais untuoso;


7. Ingerir água;


8. Usar roupas leves e macias;


9. Manter as unhas curtas, para evitar arranhões acidentais.


10. Usar proteção solar labial e usar sticks para reaplicação em zonas sensíveis e mais mais susceptíveis; ter ambos os produtos à mão facilita o lembrete para reaplicar!

Como evitar?


Prevenir queimaduras solares depende da predisposição individual para as evitar.

As boas práticas são, e serão sempre, evitar exposição solar nas horas de maior índice UV, usar chapéu com abas, procurar a sombra, preferir roupas mais escuras, usar óculos de sol e, imprescindível, aplicar e reaplicar o PROTETOR SOLAR!


Mitos?

  1. Os dias nublados não queimam, logo não preciso de aplicar proteção solar! Falso

  2. Estive imenso tempo dentro de água, logo e impossível ter um escaldão! Falso

  3. O protetor solar com SPF50 não permite que a pele fique bronzeada! Falso

  4. O protetor solar que diz ser resistente à água não necessita de reaplicação! Falso

  5. E tantos mais!


Obrigada por ler!

Joana


Para a realização deste artigo foram consultados os livros:

. Ponce, P; Teixeira, J. Manual de urgências e emergências. 1. ed. Lisboa: Lidel, 2006.

. Rodrigo, F. et al. Dermatologia - Ficheiro Clínico e Terapêutico. 1. ed. Avenida de Berna | Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010









Comments


bottom of page