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O que saber sobre a proteção solar, e o seu bom uso?

Foto do escritor: Joana PretoJoana Preto

Eu diria que todos os dias aprendo algo novo relativamente ao tema "fotoproteção", mas para que o artigo não fique muito extenso, vou abordar as questões mais frequentes e que mais me preocupam. Ou seja, aquelas que eu considero que devem estar realmente entendidas para a segurança de todos. E quando digo todos, somos todos. Quem sofre as consequências da exposição solar desprotegida e nefasta, mas também de quem irá cuidar dessas pessoas.

A literacia é importante na esfera social, pois todos nossos comportamentos estão interligados. Aquilo que fazemos, ou não fazemos, nunca é verdadeiramente individual.

Chegados ao verão, a "proteção solar" é a palavra de ordem de todos os dias. Faz sentido, pois nesta altura temos a pele mais exposta devido ao calor que se faz sentir, o que nos predispõe a queimaduras solares e, no mínimo, aos efeitos menos positivos do sol, como seja o envelhecimento precoce da pele, que se traduz, por sua vez, na alteração das suas competências, na perda de firmeza, discromias e até desidratação!


Por esta altura posso estar a dar a entender que é o protetor solar que nos vai salvar... Ora, não só, mas também!

Os filtros solares presentes nos protetores, sejam químicos ou minerais, têm a função de absorver a radiação ultravioleta e de a refletir. Há a ideia de que os filtros químicos a absorvem e que os minerais a refletem. Não só não é bem assim, como na verdade isso é pouco relevante na ótica do utilizador. O que realmente importa é que a sua função transversal é a proteção da nossa pele; e nesse aspeto ambos cumprem a sua função. Um não é melhor que o outro, e os minerais estão indicados nos casos de intolerância a filtros químicos; alguns pediatras também recomendam os minerais nas crianças, mas só a partir dos seis meses. Até esta altura a proteção solar dos bebés faz-se, literalmente, não os expondo de forma alguma ao sol.


Use o protetor solar que pode e que gosta, químico ou mineral, pois é esse que vai usar garantidamente.


Outra questão frequente é a presença ou ausência de cor no protetor solar. E aqui seja, talvez, a parte mais interessante de explicar a importância da proteção solar.


Quem perceber isto, muda para melhor os seus hábitos! Prometo!


Então, qual a razão para a polémica? A razão é simples. Erradamente o protetor solar com cor é utilizado como um BB ou CC Cream, ou até uma base, isto é, como um produto de maquilhagem. Há uma tendência de se utilizar apenas e somente a quantidade necessária para obter o tom de pele que se gosta, ou que seja suficiente para uniformizar o tom da pele de todo o rosto.


O erro está na utilização, e não no produto.


Veredicto: protetor solar com cor ou sem cor tem a mesma segurança, com a diferença de que um não tem pigmento adicionado, e o outro sim.

A quantidade correta a aplicar, se nos referirmos ao rosto, orelhas e pescoço (as zonas mais exposta, em verdade, 365 dias do ano) são 2 mg por cada cm² de pele. Como não medimos diariamente esta quantidade, a regra dos dedos pode ajudar. Entre dois a três dedos de comprimento.

As recomendações relativamente à frequência de aplicação são de duas em duas horas.


Alguns protetores solares são mais fluidos e outros mais densos, pelo que é provável que a consistência do produto também seja determinante, mas esta condição nada tem a ver com ter cor. ¹'²


Se o seu protetor solar tiver cor, deve usar na mesma esta quantidade, como usaria a opção sem cor.


Há uns anos, eu própria tive surpresas desagradáveis, pois para usar a quantidade certa ficava demasiado clara ou demasiado escura, e nunca no meu tom. Hoje em dia não é tanto assim. Existem infinitas opções de protetor solar com cor, testadas em vários fototipos e para diferentes tipos de pele. Quer no Instagram ou TikTok encontramos muitos criadores de conteúdo que fazem vídeos incríveis a testar diferentes opções, o que nos ajuda (até certo ponto) a escolher.

Em suma: independentemente de ter cor ou não, só garante a eficácia do protetor solar se respeitar esta quantidade, já para não falar na reaplicação.


Também é frequente a questão da validade! Poderá usar o protetor solar do ano anterior...?


Em primeiro lugar devemos pensar, porque razão sobrou protetor solar de um ano para o outro?Porque comprou uma embalagem nova mesmo no final das férias de verão, ou porque talvez não tenha usado e reaplicado de forma correta?


Seja qual for a razão, deve reparar que os cosméticos têm um prazo após abertura (period after opening - PAO), o que significa que passados esses meses, os filtros solares poderão não ser eficazes. E também têm uma validade.


Essa referência pode ser consultada na própria embalagem do produto, e é de carácter obrigatório!


De qualquer forma, ficará sempre ao critério de quem usa, usar o produto fora do prazo, mas eu não recomendo, muito menos a marca em questão - motivo pelo qual alerta para o PAO! O produto pode já ter alterado as suas propriedades (cor e cheiro, é o mais perceptível), e há uma falsa crença de que a pele está protegida, quando não está.


Então, o que fazer com o produto? Descarto para o lixo?

Depende. Sim, se a cor e cheiro estiverem alteradas, pois isso poderá trazer reações adversas para a pele. Segundo as normas de reciclagem, deve deitar para o lixo comum o restante produto e a embalagem vazia para o ecoponto respetivo. Se a embalagem tiver dois materiais diferentes, deve prevalecer aquele que está em maior percentagem. As tampas devem acompanhar as embalagens, para evitar o derrame de algum produto no ecoponto e a contaminação de outras embalagens vizinhas. Se o protetor solar não aparentar alterações, poderá usar. Eventualmente como um creme hidratante, mas jamais na expectativa de proteção solar.




Na hora da compra do protetor solar reside sempre a mesma questão!

Qual o SPF mais indicado?

Claro que as recomendações são sempre 30 ou 50! Mas estamos mais protegidos com SPF 50 do que SPF 30? Concretamente falando, sim. O SPF 50 bloqueia maior percentagem de radiação ultravioleta, e o critério de escolha não deve ser baseado no tempo de proteção. O SPF é a referência para o consumidor, mas o que a realidade nos diz é que a eficácia do mesmo é garantida pela aplicação na quantidade e frequência certas - como já foi referido anteriormente neste texto.

Se uma pessoa demora 10 minutos até desenvolver vermelhidão quando exposta ao sol, sem qualquer proteção, então com SPF 50 demoraria 500 minutos a "queimar" a pele; o que corresponde mais ou menos a 8 horas. Sabemos que é (quase) impossível estar 8 horas protegidos da radiação ultravioleta sem reaplicações, até porque suamos, porque eventualmente nos molhamos, a pele é sujeita à fricção da roupa ou até porque nem aplicamos a quantidade correta! Por outro lado, variáveis como latitude, longitude, hora do dia e estação do ano, também têm interferência.

Note que nenhuma pele é igual a outra e, como tal, o tempo que cada pele demora a "queimar" também varia. Assim, independentemente da escolha do SPF 30 ou SPF 50, está também nas nossas mãos o seu uso seguro e responsável.


Deixo aqui a ligação para o site da Bioderma, onde encontrei imagens úteis para ilustrar a quantidade de protetor solar a aplicar em cada zona do corpo, conforme a consistência da fórmula. As imagens referem-se a adultos mas no final da página também encontra a indicação para criança. ¹'²


Para terminar, embora tivesse muito mais para escrever sobre o assunto, gostava que se lembrasse do seguinte...

O uso do protetor solar é um dos componentes da fotoproteção. Não é o ator principal.

O uso de roupas mais escuras e sem orifícios, de óculos de sol, chapéu de abas largas, evicção da exposição entre as 12h e as 16h são aspetos igualmente importantes. A fotoproteção é o bolo, e tudo isto são os ingredientes - cada um com a sua função.


Quanto à cabeça, mais precisamente ao couro cabeludo... Também é pele!

Pessoas com pouco ou nenhum cabelo não podem deixar de aplicar protetor solar no couro cabeludo, com as mesmas regras. Ainda que tenha boa densidade de cabelo, na zona do "risco" o couro cabeludo está desprotegido, e se prestar atenção, essa zona é mais escura que outras zonas do couro cabeludo que estão sempre tapadas pelo cabelo.


O uso de chapéu é fundamental. Não só protege o couro cabeludo, juntamente com o protetor solar, como também protege os fios de cabelo. E não esqueça de aplicar protetor solar nos lábios, orelhas e pés, inclusivamente nas plantas dos mesmos. São lugares anatómicos com frequência esquecidos.


Fica ainda um incentivo a beber água, chás e sumos de fruta sem açúcar adicionado. Evite as bebidas açucaradas e as bebidas alcoólicas, que não hidratam nem saciam. A fruta, como snack, é uma ótima opção, pois além do teor de água, também tem antioxidantes.




Caso tenha ficado com alguma dúvida pode colocá-la nos comentários ou enviar mensagem para o meu Instagram.


Obrigada por ler!

Joana


Fontes:




1 commentaire


sfloresmachado
21 juil. 2023

Óptimo Artigo. Um bom resumo das perguntas mais frequentes e pertinentes. Um artigo para reler todos os anos porque a nossa mente tão ocupada também precisa de rever os conceitos para estarmos mais preparados. Parabéns 👏🏻😘

Sara Marmé

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